quarta-feira, 30 de maio de 2007

É HORA DE PARAR O BRASIL

TODO APOIO À LUTA ESTUDANTIL QUE SE ESTENDE PELAS UNIVERSIDADES

Num cenário em que se intensificam as investidas do Governo Lula/PT no reforço do modelo neoliberal, veja as reformas em curso – previdenciária, trabalhista, sindical, política, universitária – um grande movimento cresce em defesa da universidade pública. Os estudantes, que não abrem mão de serem atores do país contra a retirada de mais direitos dos trabalhadores e da juventude, estão protagonizando lutas históricas. Na USP os estudantes deflagraram greve e a ocupação da Reitoria já se estende por mais de 27 dias, apesar da ingerência do governo Serra e da cobertura mentirosa feita pela grande mídia, usina ideológica da burguesia, que se vende para deslegitimar a luta. O movimento estudantil combativo da UFAL também ocupou a Reitoria e na UFMT a luta ganha corpo através de um acampamento montado pelos estudantes na instituição. O bonde da história passa e os estudantes que não titubearam estão se mobilizando e engrossando as fileiras do movimento estudantil em defesa desse que é um dos seus mais importantes patrimônios: a universidade pública.
As lutas que se enraízam nas universidades pelo país afora são um retrato da resistência ao abandono da educação pelo governo Lula?PT. Ao invés de implementar um projeto nacional que estimule a universalização do ensino de qualidade, restou a esse governo a tarefa de promover a privatização do setor social público via propostas que representam a completa destruição do ensino público superior no país e que seguem á risca o receituário dos organismos financeiros internacionais como o FMI e Banco Mundial. Essa tentativa de privatização da universidade pública fica clara através dos projetos Universidade Aberta do Brasil (supostamente Educação à Distância), Reforma Universitária e agora o Universidade Nova. Tudo isso acompanhado de um corte recorde no orçamento da educação, já que em mais quatro anos de governo o montante correspondente a R$3,571 bilhões de reais.
Na Bahia, “todos os santos” estão atentos ao novo governo, Jaques Wagner (PT/PC do B/PMDB & CIA), que iniciou o seu mandato reforçando antigos vícios do carlismo, chegado ao absurdo de colocar a polícia para reprimir as manifestações dos professores das universidades estudais baianas. A despeito das promessas alardeadas durante a campanha eleitoral em que colocava a educação com prioridade, até agora sequer apresentou um projeto para esse setor. A resposta para tal descaso vem através das paralisações das redes municipal e estadual de ensino e a recente greve deflagrada pelos professores de três universidades estaduais (UESB, UNEB, UEFS).
Nesse momento de ebulição das lutas estudantis comprometidas com a classe trabalhadora, não se pode perder de vista o papel desempenhado pelas tradicionais “entidades representativas” que foram cooptadas pelo governo e atualmente adotam uma posição extremamente recuada frente aos ataques. Portanto, nossa luta deve se fazer também contra essas entidades defensoras incondicionais do governo Lula e seus projetos de reformas, como a famigerada Reforma Universitária (a qual a UNE é co-autora).
Solidarizamo-nos com todas as lutas em curso protagonizadas pelo movimento estudantil verdadeiramente autônomo e combativo, e nos colocamos á disposição para ajudarmos no que for possível.

Se eu for: siga-me, se eu parar: empurra-me, se eu voltar: mate-me!

· Abaixo a Reforma Universitária e o projeto Universidade Nova do Governo Lula!
· Abaixo a repressão e o descaso com a educação do governo Wagner (PT-BA)!
· Todo apoio às mobilizações estudantis: USP, UFAL, UFMT, UNESP, UFRJ!

DCE-UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA
GESTÃO DCE EM MOVIMENTO 2007/2008

Vitória da Conquista – BA, 30 de Maio de 2007

AUTONOMIA OU ATRELAMENTO?

Nos últimos dias a comunidade universitária tem assistido com muita apreensão e expectativa o desenrolar de um processo que pode resultar numa deflagração de greve docente. O Diretório Central dos Estudantes tem participado da maioria dos espaços aonde esse assunto vem sendo pautado, além de criar as condições possíveis para debater, trocar idéias e aprofundar a questão da greve com o maior número de estudantes. Foi assim, através dos nossos fóruns ou mesmo em conversas de corredor com os estudantes, que conseguimos amadurecer o debate sobre a greve, buscando estabelecer a unidade política e de ação na resistência à retirada de mais direitos dos trabalhadores e juventude.
Nós, estudantes da UESB, estamos cansados do descaso por parte da Reitoria e do Governo com a universidade pública, em particular no que se refere à assistência estudantil e à democracia na Universidade, por isso a perspectiva é sempre de construir uma GREVE ESTUDANTIL. Mas também consideramos justas as reivindicações dos professores. E reiteramos aqui o nosso apoio à greve docente por acreditarmos que as discussões salariais também nos dizem respeito diretamente, afinal, com bons salários se garantem condições de trabalho dignas e o ensino, a pesquisa e a extensão de qualidade na universidade pública, e não através de complementação salarial via cursos pagos e assessorias em fundações privadas.
Para além do descaso com que o governo Wagner (PT, PC do B, PMDB & Cia.) vem tratando a educação, veja as greves das redes municipal e estadual de ensino e as mesas de enrolação instaladas para negociar com os professores das universidades estaduais baianas, não se pode desconsiderar que esse governo, assim como acontece a nível federal, exerce forte influência sobre o movimento sindical docente. Nos bastidores e mesmo em reiteradas falas oportunistas durante as assembléias, fica claro que a presença do PT nesses espaços tem a função de paralisar a luta dos professores e estudantes e abalizar as políticas do governo no interior dos movimentos sociais.
Não é por acaso que o estouro da greve já se arrasta há tanto tempo, mesmo com a falta de propostas por parte do governo que indiquem o começo do cumprimento das promessas e de posturas de quem pretende governar para “o social”.

Se eu for: siga-me, se eu parar: empurra-me, se eu voltar: mate-me!

Não pare na pista!!
Vamos construir a greve estudantil!!!

· Abaixo a Reforma Universitária e o projeto Universidade Nova do Governo Lula!
· Abaixo a repressão e o descaso com a educação do governo Wagner!
· Pela greve geral e unificada das estaduais baianas!
· Todo apoio à greve dos estudantes e dos funcionários da USP e à mobilização das estaduais paulistas!

DCE-UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA
GESTÃO DCE EM MOVIMENTO 2007/2008

Vitória da Conquista – BA, 28 de Maio de 2007

MOÇÃO DE APOIO AOS ESTUDANTES DA USP

Nós do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, viemos através deste, manifestar nosso total apoio a luta que os estudantes da USP trava por melhores condições de ensino, moradia e por uma universidade autônoma, pois entendemos que esta deve ser a nossa luta frente à mercantilização do ensino público.
DCE-UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA
GESTÃO DCE EM MOVIMENTO 2007/2008

sexta-feira, 25 de maio de 2007

23 DE MAIO: DIA NACIONAL DE LUTA CONTRA AS REFORMAS NEOLIBERAIS

A ditadura do capital tem suas roupagens! E desta vez ela vem revestida de reformas neoliberais, impostas pelo atual governo federal, expresso na figura de um ex-sindicalista, Lula.
Nós, do Diretório Central dos Estudantes - DCE da Uesb (campus de Vitória da Conquista) buscamos denunciar as políticas nefastas que descaracterizam a luta histórica do proletariado.
Conforme diretrizes do FMI e Banco Mundial, as reformas neoliberais transformam em serviços os direitos básicos como educação, saúde, previdência, segurança e transporte, tirando do Estado o dever de garanti-los. Destroem a possibilidade de organização dos movimentos sociais, cooptando-os ou criminalizando-os.
As universidades enfrentam um processo de sucateamento e desmantelamento devido aos poucos recursos que são repassados pelo Estado. Hoje, nos encontramos diante de um Projeto de Lei nº. 7200/06, a Reforma Universitária, neoliberal, privatizante, que abre o ensino público para uma lógica de mercado cujo único objetivo é o lucro dos grandes capitalistas.
Para barrar as investidas do grande capital, é que conclamamos estudantes e trabalhadores para LUTARMOS CONTRA AS REFORMAS NEOLIBERAIS DO GOVERNO LULA.

DCE-UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA
GESTÃO DCE EM MOVIMENTO 2007/2008

Estudantes, Professores e Funcionários que defendem a educação não podem defender o governo da repressão!

“Professor que defende a educação não pode defender o governo da repressão”. Essa foi a palavra de ordem distribuída entre os estudantes que lotaram o Teatro Glauber Rocha, na última quarta-feira (16/05), durante a Assembléia Geral dos professores da UESB. A reação dos estudantes descontentes diante o descaso do governo Jaques Wagner (PT/PC do B, PMDB & Cia.) com a universidade pública, ecoou pelos quatro cantos do Teatro. Afinal, já se passaram mais de 05 meses, várias audiências e as negociações com o governo simplesmente não avançaram em absolutamente nada.Mesmo com a não deflagração da greve pelos professores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), na terça-feira última (15/05), uma vez que estão apostando na reunião da próxima terça-feira (22/05) convocada pelo governo, os professores da UESB votaram pela paralisação das atividades acadêmicas até a próxima quarta-feira, 23 de maio, dia central de luta contra as reformas neoliberais e que estaremos nos somando com os trabalhadores e demais setores pela construção de um ato unificado. Na quinta feira-feira, 24 de maio, será realizada uma assembléia dos professores decisiva para o estouro da greve.Os discursos de professores e estudantes durante a assembléia, mostraram que as universidades estaduais baianas vivem hoje uma situação dramática pela escassez de recursos. Laboratórios insuficientes e obsoletos, bibliotecas com acervos defasados, ameaças de corte de energia por falta de pagamento, déficit de salas, salários achatados, viagens para trabalho de campo canceladas e a falta de uma política efetiva de assistência estudantil são apenas alguns dos problemas. E o governo continua a fazer vistas grossas, chegando ao absurdo de colocar a polícia para reprimir as manifestações dos professores, fato ocorrido no último dia 09 de maio em Salvador.A dinâmica do movimento é de fortalecimento. A adesão dos estudantes à greve é crescente e, nós, do Diretório Central dos Estudantes vamos nos jogar com tudo para construir uma greve geral unificada da Universidade em iguais condições de formulação, participação e organização.Se eu for: siga-me, se eu parar: empurra-me, se eu voltar: mate-me!Não pare na pista!!Abaixo a Reforma Universitária e o projeto Universidade Nova do Governo Lula!!Abaixo a repressão e o descaso com a educação do governo Wagner!!Pela greve geral e unificada das estaduais!!Todo apoio à ocupação da Reitoria da USP pelos estudantes!!Contra os decretos de Serra e contra a ação de reintegração de posse!!Todo apoio à greve dos estudantes e dos funcionários da USP e à mobilização das estaduais paulistas!!Pré-requisitos para incorporação dos estudantes à greveQue a pauta de reivindicações dos estudantes seja unificada à dos professores e funcionários;Construção de uma assembléia geral universitária;Garantia de participação do DCE em todos os espaços de negociação;Que as ações da greve sejam conjuntas e os estudantes participem em iguais condições de formulação e organização;Aulas repostas com qualidade e com a aprovação de um calendário específico elaborado para esse fim.Conheça as reivindicações dos estudantesRubrica orçamentária específica, de no mínimo 5%, destinada à assistência estudantil, e que esta esteja vinculada à matriz orçamentária da universidade;Revogação imediata da portaria de contingenciamento das verbas das Universidades Estaduais Baianas (UEBA), baixada em 2006 pelo Governo Paulo Souto;Aumento das verbas já, com mínimo de 5% da Receita Líquida de Impostos (RLI) para todas as Universidades Estaduais Baianas;Não à retomada do programa Faz Universitário pelo Governo;Fim das especializações pagas e das operações inconstitucionais das fundações privadas nas universidades públicas. Auditoria imediata na Fundação Uesb que assumiu a dívida da FAINOR em 2006;Face à ocupação, que já ultrapassa 30 meses, de salas do prédio anteriormente destinado a ser o Centro de Estudos Interdisciplinares por estudantes que reivindicam Moradia Estudantil, o atraso nas obras do prédio destinado para este fim ultrapassar 12 meses, exigimos a imediata conclusão das obras do prédio, com as devidas condições para acomodar estudantes interessados em ingressar na Residência Universitária da UESB no campus de Vitória da Conquista;Restaurante Universitário de fato e de direito. Fim da terceirização. Gestão Pública já;Aumento da oferta e do valor das bolsas com pagamento equiparado ao salário mínimo, para que as UEBAs tenham melhores condições para desenvolver pesquisa atendendo o interesse público;Atendimento médico e odontológico efetivo à comunidade acadêmica;Fim da expansão desordenada como a implantação de cursos sem planejamento e sem dotação orçamentária;Ampliação do acervo bibliográfico para todos os cursos;Ampliação e modernização da UINFOR, aumentando o número de salas, computadores, impressoras, atendendo assim às demandas da vida acadêmica;Construção imediata e entrega dos laboratórios e do módulo de salas.Discussão de concepção de TV Pública e Universitária! Pela implantação de um Conselho Gestor da TVE UESB já!
DCE-UESB/VITÓRIA DA CONQUISTA
GESTÃO DCE EM MOVIMENTO 2007/2008

Composição:

Coordenador Geral :Nei S. Santana

Finanças e Planejamento: Uelber Barbosa Silva

Imprensa e Divulgação: Fernanda Castro de Queiroz

Pesquisa e Extensão: Leonardo Rodrigues Porto

Esporte e Cultura: Glauber Andrade Silva Leal

Administração e Organização: Dayane Silva Oliveira

Assuntos Acadêmicos: Alex Dias de Jesus

Formação Estudantil: Bruno Gonçalves da Paixão

Movimento Estudantil: José Francisco dos Santos Neto

Propostas

* Lutar por uma rubrica orçamentária específica destinada à assistência estudantil;
* Fórum Permanente de Debates: Para contribuir na formação política dos estudantes, discutindo temas como: opressões, cotas, universidade, dentre outros;
* Atividades de valorização e incentivo da arte e da cultura (exposições, apresentações teatrais e musicais, filmes etc.);
* Lutar pelo Passe Livre no sistema de transportes e pela revogação dos sucessivos aumentos praticados pela Administração Municipal;
* Lutar pela criação de um posto de venda de passes na Uesb, bem como a revogação das cotas mensais, entendendo que a meia-passagem não deve se restringir ao deslocamento casa-escola;
* Abaixo a Reforma Universitária do Governo Lula: Contra a precarização e a mercantilização da educação;
* Jornada de Lutas pelo Restaurante Universitário para todos, a preço de custo. Fim da Terceirização! Gestão Pública já!
* Jornada de Lutas pela conclusão das obras da Residência Universitária, de qualidade e que atenda a todos os estudantes que dela necessitem;
* Garantir autonomia política e financeira do DCE em relação à Reitoria;

* Movimento Estudantil Autônomo e Classista: Não ao aparelhamento do M.E. por partidos políticos e todo apoio à luta dos trabalhadores, pois eles são os agentes da transformação social;
* Aproximação do movimento estudantil aos demais movimentos sociais e sindicais: Organização de estágios interdisciplinares de vivência em movimentos sociais;
* Contra a cooptação e burocratização dos movimentos sociais, a exemplo da União Nacional dos Estudantes (UNE);
* Debater a construção da Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes – CONLUTE;
* Fortalecer as Entidades de Base (CA´s e Da´s);
* Lutar por mais livros na Biblioteca. Criação de Conselho de Biblioteca paritário, com participação discente;
* Pelo fim da terceirização dos serviços de reprografia; Xérox a baixo custo já!
* Debater a concepção de TV Pública e defesa da criação do Conselho Editorial da TVE Uesb com participação da comunidade acadêmica. Acesso livre à Rádio Universitária do campus;
* Reconstruir os canais de comunicação do DCE com os estudantes; Criação do site da entidade, boletins periódicos, mural informativo, blogs, etc.
* Construção do III Congresso dos Estudantes da UESB;

* Pela implantação da Carteira Estudantil Unificada;

* Discutir a implementação do Sistema de Cotas na UESB.

Carta-Programa

Olá estudantes da UESB! Mais uma eleição para o DCE se aproxima. Esta promete ser uma eleição polarizada, no que diz respeito a opiniões e táticas do Movimento Estudantil (ME) em defesa da educação pública. Nós, da chapa DCE EM MOVIMENTO, nos unimos por acreditar que vivemos um momento muito importante: a reconstrução do Movimento Estudantil para responder aos desafios colocados pela conjuntura frente ao abandono das lutas por antigas entidades e gestões de DCE.
Notamos atualmente uma série de problemáticas no interior do ME, sobretudo no que diz respeito a seu engessamento e extrema burocratização. As tradicionais “entidades representativas” foram cooptadas pelo governo dando-lhe sustentação e adotando uma posição extremamente recuada frente aos ataques, se limitando a disputar cargos dentro de aparelhos burocráticos como a UNE e pedir favores ao governo, como se o mesmo não estivesse determinado em avançar o sucateamento da educação.
Frente a este quadro de conformismo, cooptação e adaptação às políticas do governo, que encontramos muito bem exposto em nossa universidade, nos colocamos Em Movimento, para que não só o DCE, como todo o ME faça uma profunda reavaliação sobre os caminhos percorridos nos últimos anos, rompendo com a cooptação e mistificação de entidades e travando um debate real e concreto, com um único fim: organizar a luta em defesa de nossa educação de forma combativa e autônoma do governo e das burocracias estudantis!

O Momento que vivemos e nossos desafios

O ano de 2007 se inicia com a reeleição de Lula em aliança com setores ligados ao grande capital financeiro e industrial. Ao contrário do que muitos setores da esquerda e do Movimento Estudantil (ME) se esforçaram em fazer crer em 2006, substancialmente não se tem visto diferenças entre os projetos postos em questão: PT x PSDB. Prova disto foi a comemoração dos acionistas de Wall Street à reeleição de Lula; os reparos na economia estariam garantidos, com a aplicação da malfadada receita imposta pelo FMI e Banco Mundial: um pacote de reformas neoliberais com o intuito de desmontar os serviços públicos, para estimular a concorrência com a iniciativa privada (veja os planos de saúde, a proliferação das faculdades particulares), as organizações dos trabalhadores e da juventude, para enfraquecê-las frente às eventuais reações, e a flexibilização dos direitos trabalhistas, para baratear os custos da produção, garantindo taxas maiores de lucros ao capital, e dando-lhe fôlego diante da crise instalada em sua estrutura. Estas reformas são as: universitária, trabalhista, sindical e previdenciária.
Este pacote de reformas já está tramitando no Congresso, a exemplo da Reforma Universitária, que vem sendo aplicada através de medidas provisórias, como as PPPs, Lei de Inovação Tecnológica, Sinaes/Enade, Decreto das Fundações e Prouni. A nós, estudantes cabe nos organizarmos frente aos ataques do atual governo, partindo de nossa realidade concreta, que é a universidade. O ME e o DCE devem travar uma forte luta contra a reforma universitária, por ser esta a que mais afeta o nosso cotidiano. No entanto, não podemos deixar de levar em consideração as demais reformas, se solidarizando aos demais companheiros do movimento sindical e popular na luta contra a precarização dos direitos trabalhistas e da educação, criando assim uma ampla frente de luta contra as reformas do governo.

Movimento Estudantil: organização e luta ou fábrica de carteirinhas?

Em diversos momentos os estudantes organizados protagonizaram situações de grande valia para a construção de um mundo novo.
Porém, na UESB, atualmente o M.E. está em baixa, encontrando enormes dificuldades para articular-se em conjunto. Os CA's e DA's não conseguem se articular para, conjuntamente, mobilizar os estudantes e bancarem as lutas e reivindicações. Isso foi agravado após o processo eleitoral para o DCE que culminou com a vitória da chapa “Declare Guerra”. Tal gestão, que surgiu no bojo de um processo de recrudescimento da luta estudantil uesbiana, como expressão maior a luta pela Residência Universitária, mergulhou num mar de vaidades e desentendimentos que contribuiu na dispersão e aprofundou o seu refluxo, inviabilizando a construção de lutas concretas em prol das demandas estudantis. A desarticulação do M.E., aliada ao quadro geral que perpassa a Universidade, contribui para que a atenção da maioria dos nossos colegas sobre o papel que deve cumprir uma instituição pública como a nossa Universidade seja desviada.
Para nós, acabar com o abismo entre os estudantes e o movimento estudantil não são meras palavras ao vento, demagogia que se esvazia diante da prática. Se colocar diante desta imensa tarefa é um desafio que exige um olhar crítico para a história do movimento estudantil.
Neste sentido, compreendemos que a necessidade de reorganização do M.E. é, nos dias de hoje, uma tarefa imperiosa não apenas local, mas também no âmbito nacional. A UNE (União Nacional dos Estudantes), que já impulsionou lutas históricas, hoje em dia tem estado umbilicalmente ligada a governos, como o atual, e a institucionalidade burocrática. Em relação ao governo Lula, a entidade “redobra a aposta no mesmo”, lhe servindo de sustentáculo no movimento estudantil, atuando como obstáculo às lutas dos estudantes, as quais vêm sendo, há muito tempo, construídas por fora dessa entidade. Como alternativa de organização estudantil para a luta, centenas de estudantes desde 2004 se empenham na construção da Conlute (Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes).
Enquanto vários setores do movimento estudantil estão engajados com a defesa do governo Lula, nós compreendemos que as lutas são construídas e decididas nas ruas, locais de trabalho e de estudo, não no parlamento e nos palácios A centralidade da luta encontra-se na organização autônoma e direta de trabalhadores e estudantes, a partir de seus próprios espaços, e deve ser colocada frontalmente contra o governismo e contra o neoliberalismo que segue tolhendo os seus direitos.
Assim, nossa luta pela educação voltada aos interesses da classe trabalhadora está aliada à luta contra o Capital, à luta pela emancipação social. Portanto, afastar-se do carreirismo, da partidarização (o que não implica ser contrário à participação de partidos/organizações políticas nos movimentos sociais) e do atrelamento ao Estado (que não é neutro) são pontos de partida para a construção de um campo autônomo e legítimo de reivindicações estudantis. Apenas com suor, debates e organização abandonaremos o posto de meros expectadores e passaremos a intervir concretamente, transformando a realidade como sujeitos ativos de nossa própria história.



Opressões

A discussão de gênero, etnia e sexualidade são imprescindíveis para o M.E. A partir do momento que a luta é em defesa de uma sociedade livre, diferente da atual que é opressora, entendemos a importância de se lutar também contra todas as formas de opressão. Partindo do pressuposto de que o M.E. deve estar articulado com a luta da classe trabalhadora, a discussão dessas opressões deve ter sempre um viés classista. Salvo algumas exceções, o M.E. não aprofunda estes debates, ou restringe o mesmo a guetos. Efetivar uma luta maior pela emancipação humana significa implementar na prática oposição à homofobia, ao racismo e ao machismo, precedidos de teoria e discussões sólidas e amplas. Neste sentido, compreendemos que o debate sobre opressões deve se tornar uma das prioridades do Movimento Estudantil, colocando-o na pauta do dia, sem esquecer que é necessário compreender as especificidades que norteiam as questões da opressão. A crítica e a luta devem ser diárias!

Assistência Estudantil

A universidade está inserida em um sistema contraditório, que reflete as desigualdades sociais. Criar condições para os estudantes oriundos da classe trabalhadora, historicamente desfavorecida, que proporcionem sua permanência e desenvolvimento qualitativo na academia é função obrigatória da universidade, para que esta cumpra sua função social. Por isso, a luta pela assistência estudantil deve ser algo prioritário, visto que há uma gradativa redução financeira para este tipo de política, seguindo a lógica de privatização do ensino superior.
Na UESB, podemos observar exemplos claros desta realidade: a assistência estudantil quase não existe, faltam professores e funcionários, os laboratórios estão defasados, a biblioteca desatualizada, as obras da Residência Universitária atrasadas. O Restaurante Universitário é um espaço gerido por particulares e não atende a uma significativa demanda de estudantes carentes. Na UINFOR, mais de três mil estudantes disputam 35 computadores para obterem acesso á internet e produzirem seus trabalhos acadêmicos Os ditos programas de auxílio, como bolsas de monitoria, de iniciação científica e de extensão, também é alvo de crítica, pois não atinge nem 5% dos alunos e o valor da bolsa, de R$ 140.00, é considerado extremamente baixo.
Enquanto a Administração Central da Uesb faz vistas grossas para todos esses problemas, nos últimos meses, o grupo que compõe a chapa DCE em Movimento tem vindo numa abnegada em prol de melhores condições de ensino, pesquisa e extensão em nossa Universidade, além de travar um forte embate por uma efetiva política de assistência estudantil.
Estivemos presentes nas mobilizações contra o aumento abusivo nos preços do Restaurante Universitário e pela revogação da portaria de contingenciamento de verbas que trouxe graves conseqüências para o funcionamento cotidiano da Universidade; além de prestar todo apoio aos estudantes do curso de Odontologia que assim como outros cursos da Uesb se encontra em condições precárias diante a expansão desordenada, sem planejamento e sem dotação orçamentária.
Continuaremos na luta e não mediremos esforços para que seja aprovada uma rubrica orçamentária específica destinada a assistência estudantil, para que a Universidade atenda assim, à enorme demanda de estudantes carentes.