domingo, 12 de agosto de 2007

CAPITALISMO X SOCIALISMO: Um brinde à sabedoria humana.

Diante de todos os esforços em se afirmar que o socialismo jamais vingará, que não deu certo na prática, sendo bonito apenas no papel, parece-nos uma triste, ou uma alegre, constatação.
As forças contraditórias do sistema capitalista o empurraria para a sua derrocada, tal dizia Marx. E o socialismo vislumbrava-se inexorável, bastava a ação organizada da classe revolucionária, o proletariado.
No início do século passado, o mundo passava por uma de suas crises produtivas - presentes na estrutura do sistema capitalista; a Rússia ainda ensaiava uma sociedade burguesa; A fase imperialista deu maiores proporções à crise, e as contradições sociais se intensificaram, sendo o auge e marco a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Neste mesmo periodo, a Revolução socialista Russa ocorre, e, enquanto o mundo estava quebrado, uns camaradas bolcheviques mostravam uma alternativa concreta: a ditadura do proletariado. Era a construção de uma nova sociedade, constituída por um sexto do planeta. E, saibam que nem era a porção mais industrializada.
“Ledo engano!”, dirão muitos, sorrindo. Toda uma análise retrospectiva, hoje, forçar-nos-á a confirmar esta contra-revolucionária constatação. A União Soviética - embora se diga que ali não houve socialismo propiamente dito - demonstrou um projeto social tenebroso, autoritário, e mais... que falhou. Deixando para a economia de mercado as glórias da livre-concorrência e da eficiência.
Podemos confirmar, já que é um fato. A China também é um péssimo exemplo. Cuba é um país pobre. Quem trocaria suas roupas da moda, seus carros utilitários, televisores, telefones portáteis, para viver em algum desses países? Somente insanos, os loucos idealistas.
Pois, bem! Vamos comemorar e agradecer o sistema que realmente funciona. Surgido espontânea e naturalmente, não havendo outro possível, vez que somos “egoístas por natureza” - disse Adam Smith, mostrando-nos a “mão-invisível” que transforma o banal individualismo humano em “harmonia social”.
O socialismo já disseram não prestar. Mas, qual foi a saída do sistema capitalista para a crise? Motivos maiores de comemoração, agradeçamos às primeira e segunda grandes guerras mundiais, heroínas de nossa linda sociedade. John Maynard Keynes, ilustre economista inglês, interpretou o caso: era uma crise de superprodução - o ócio dos recursos produtivos -, era preciso que o Estado intervisse gastando, era preciso destruir para construir de novo. Dando ‘vivas’ a indústria bélica que promove ambos! Depois, necessitamos de um por quê para a guerra, e a ideologia nazifascista foi um bom motivo: agradeçamos não sermos judeus. Gastos militares fomentam a riqueza - diziam, e gastamos com a bomba nuclear: comemoremos não habitarmos em Hiroshima ou Nagásaki; comemoremos nossas roupas da moda tingidas de sangue humano, as baterias radioativas de nossos telefones portáteis, os televisores que nem de longe mostram os feitos em Auschtwitz, nossos fords pretos e o consumo em massa, e as obras faraônicas de nenhuma função social.
Atentemos, agora, para novas crises que possam vir, e vamos agradecer às tropas brasileiras no Haiti, a guerra da Palestina, a invasão do Iraque, as guerras civis africanas, a mais nova maravilha do mundo (quem precisa de uma estátua?), a ocupação da favela durante o ‘Pan’, o terrorismo estadunidense, a ditadura militar, etc.
Façamos um brinde, sábios senhores. E riam, mas, eu já estou aos prantos.
Assinam este texto a indignação e a necessidade urgente de construirmos outros moldes sociais.
Leonardo Rodrigues Porto
Estudante de Economia e Coordenador do DCE UESB Conquista

Um comentário:

DCE EM MOVIMENTO disse...

Forçoso é reconhecer as mudanças necessárias a este texto, após um ano de aprendizado, entre leituras e experiências... Quando fazer e como fazer isto?