terça-feira, 3 de junho de 2008

Sobre o Congresso dos Estudantes da UESB

O III congresso dos estudantes da UESB, ocorrido no campus de Jequié, nos dias 29, 30,31 de maio e 1° de junho de 2008 teve como objetivo geral questionar o modelo e a situação da educação pública no Brasil.
O tema do Congresso foi O Movimento Estudantil pela Educação pública. Construir propostas para uma efetiva transformação em nossa sociedade não deve ficar a cargo apenas de poderes executivos ou legislativos de nosso país.
É nessa perspectiva que membros da sociedade acadêmica da UESB buscam resgatar o M.E. (movimento estudantil) que anda tão apático e pouco presente nas decisões políticas que nos afetam diretamente, sejam as políticas públicas vindas de um governo pouco interessado em manter o compromisso do Estado com as universidades, sejam as políticas internas de uma reitoria questionável, principalmente no aspecto de prioridades da universidade como, por exemplo, a destinação de verbas para extensão e pesquisa entre outras decisões que são tomadas sem termos conhecimento e sem a nossa participação. É assim que desejamos uma melhoria significativa em nossa universidade se ficamos alheios ao que acontece?
A verdade é que a UESB anda defasada com relação aos objetivos de uma universidade: ensino, pesquisa e extensão, porém, isso acontece não somente com a nossa, isso mesmo, nós dissemos nossa UESB, mas com as UEBA (universidades estaduais da Bahia) de maneira geral.
O governo estadual tem proposta de melhoria para as UEBA. A substituição da Lei 7.176/97 por uma outra. Você sabia disso? Então, onde está o problema? Está na perda da autonomia, que já consideramos pequena, de nossas universidades baianas. É por isso que desejamos que os alunos dessa instituição sejam menos omissos a essas políticas, pois as mudanças não devem ocorrer sem nossa devida atuação. Somos parte do processo de mudança e devemos contribuir para que ela ocorra de maneira mais justa, já que é essa sociedade que desejamos.

O que ocorreu no congresso
Houve mesas redondas, palestras, GTs (grupos de trabalhos) e plenárias, gerais e final. Com o tema O Movimento Estudantil pela Educação pública os assuntos debatidos e abordados foram muitos, pois sabemos que os assuntos pertinentes à nossa sociedade perpassam pela educação e sem dúvida alguma discuti-la é algo que todos devem fazer parte.
Foram assuntos debatidos no encontro financiamento da educação pública, movimento estudantil, reformulação do estatuto acadêmico, educação pública vs.educação privada, criação de propostas para o M.E., conjuntura nacional e internacional entre outras discussões. Estiveram presentes, além dos delegados, muitos convidados, professores de outro campus, alunos de outras instituições e representantes de movimentos estudantis e sociais.
Os campus de Jequié e Conquista estiveram presentes representantes de seus DCEs (diretório central dos estudantes) mais membros delegados. Com Itapetinga não ocorreu o mesmo por falta de diretório central. Não estiveram presentes nem mesmo membros dos D.A. (diretório acadêmico) dos cursos respectivos do campus muito menos os alunos delegados de cada um desses, com exceção dos delegados do curso de pedagogia, VI semestre, Mateus Rodrigues e Salete Duarte. De 23 delegados estiveram presentes apenas dois. Isso é demonstrar que somos desinteressados e desorganizados politicamente.
Ocorreram mudanças significativas no estatuto estudantil, algumas foram mudanças significativas para o campus de Itapetinga. Eu lhes pergunto: como dois votos poderiam ajudar nessa decisão? Acredito que com 23 votos teríamos conseguido aprovar também o que fosse favorável pra gente. Principalmente o desdém que sempre ocorre com o campus de Itapetinga. Isso eu pude sentir de perto, justamente por estar lá. Acredito que isso tenha ocorrido muito mais por parte de membros do campus de Jequié e uma pequena parte dos membros de conquista, onde aprovaram uma mudança no Artigo 43; são necessários 5% dos estudantes do campus para convocação de uma assembléia geral, o que antes era de apenas de 3%. O DCE de conquista optou para que a mudança fosse para 1% pensando, justamente, na viabilização das assembléias (o que já era difícil ficou ainda mais).
Posso dizer que sentir o DCE de conquista preocupado com algumas mudanças ocorridas no estatuto, bem como com a falta de representatividade de nosso campus num congresso importante e de difícil acontecimento. Eles não são militantes profissionais, isso não são minhas palavras, porém sabem que devemos continuar lutando e militando por uma universidade de melhor qualidade, nada mais justo que a formação de um grupo forte, deve dizer também que estão dispostos a ajudar, assim como já o fizeram quando se deslocaram de suas localidades para vir até Itapetinga avisar sobre o congresso. Quero deixar claro que sou grato ao DCE conquistense pelo apoio e compartilho da idéia de um movimento forte e integrado.
O que é importante é a educação. Ela é o maior mecanismo de mudança social e o esvaziamento dos estudantes nos espaços de debates, assim como foi o Congresso, perde-se muito em qualidade, precisamos do apoio de vocês para fortalecer o movimento estudantil de nosso campus.
O que faço aqui é chamar às suas atenções para um assunto de interesse de todos os discentes do campus de Itapetinga. Isso é para que não ocorra de termos que ficar fazendo baixo assinado por algo que é de nosso direito, para não ter que ta brigando para a realização de um conpex ou para a construção de um refeitório, dentre outras coisas. Por favor, pensem nisso.
Mateus Rodrigues
Salete Duarte
Representantes do campus de Itapetinga no III congresso Estudantil.
PS. Em 15 anos é a terceira vez em que o congresso ocorre.

Nenhum comentário: